quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Literatura Infantil






A Literatura Infantil, os Contos de Fadas, a Criança e a Escola

 Na Idade Média não existia a “infância”, não se escrevia para as crianças, não havia livros para elas. Foi apenas durante a idade moderna, devido às mudanças na estrutura da sociedade e a ascensão da família burguesa, que surge o sentimento de infância, com isso varias mudanças se fazem necessárias sendo que as duas mais importantes são a reorganização da escola e a criação de um gênero literário especifico para as crianças, é em meio a todas estas transformações que nasce a literatura infantil.

Os primeiros livros infantis foram escritos no final do século XVII e durante todo o século XVIII. Foi também nesta época que surge na Europa um dos segmentos mais importantes e significativos da literatura infantil: Os contos de Fadas, foram os franceses que criaram o termoconte de fée que logo torna-se o fairy tale inglês, já no Brasil eles começam a surgir somente no século XIX .
Os contos de Fadas fazem parte da herança cultural de diversas nações e vem se perpetuando por gerações. Bruno Bettelheim, 1980, pág. 352 diz “O conto de fadas faz com que a fantasia se torne verdade.”, sendo assim abrem as portas para o mundo imaginário que nos mostra a realidade dos conflitos, valores, questões universais da condição humana, os contos de fadas são fontes de extrema riqueza e por isso são estudados em diversas áreas como a psicanálise, a pedagogia, a antropologia, a psicologia, a sociologia, etc.
 A literatura infantil e principalmente os contos de Fadas podem ser usados na saúde da criança, seja para ajudá-la com problemas psicológicos ou na educação, seja para apenas ensiná-la a reconhecer o mundo em que esta inserida e com o qual divide seus ganhos e suas perda, seus valores morais e éticos ou simplesmente ensiná-las o prazer de ler.
Fanny Abramovich diz em seu livro Literatura infantil, gostosuras e bobices, 1994, pág. 98 que:
 (…) Querer saber de todo o processo que acontece, do nascimento até a morte, faz parte da curiosidade natural da criança, pois se trata da vida em geral e da sua própria em particular…saber sobre seu corpo, sua sexualidade, seus problemas de crescimento, sua relação(fácil ou dificultosa) com os ouros faz parte do se perguntar sobre si mesma e do precisar encontrar respostas(…)querer saber mais sobre aflições, tristezas, dificuldades, conflitos, duvidas, sofrências, descobertas que outros enfrentam, para poder compreender melhor as suas próprias, faz parte das interrogações de qualquer ser humano em crescimento(…)
A aprendizagem da criança começa quando ela nasce e segue por toda sua vida, mas é nos primeiros anos que a personalidade e o caráter delas começam a serem moldados, é a partir dos 4 anos que elas começam a procurar entender o que esta acontecendo com elas e com o mundo a sua volta..
Mas porque os contos de fadas são tão importantes na aprendizagem e formação da criança? Isso ocorre “porque os contos de fadas estão envolvidos no maravilhoso, um universo que denota a fantasia, partindo sempre duma situação real, concreta, lidando com emoções que qualquer criança já viveu…” (Abramovich, 2006, pág. 120). Os contos de fadas desenvolvem a capacidade de fantasia e imaginação infantil, eles são para as crianças, o que há de mais real dentro delas.
 Os contos enquanto diverte a criança, a esclarecem sobre si mesma e favorecem o desenvolvimento da sua personalidade. Por isso, um conto trabalha o aspecto afetivo, psicológico e cognitivo. Desta forma seria interessante os contos estarem presentes na vida da criança desde a educação infantil, auxiliando-a na elaboração dos seus conflitos, auxiliando-os a estruturar uma resposta positiva, um final feliz a seus problemas, pois os contos de fadas, ao se iniciarem com seu clássico “Era uma vez um reino distante…”
são tão atemporais. O reino do qual o conto fala pode ser qualquer um, em qualquer lugar e seus personagens têm determinadas características que despertam assim a identificação imediata da criança com o conto.
Sendo assim os contos contribuem para a formação da personalidade, para o equilíbrio emocional, isto é para o bem estar da criança, pois através de suas personagens boas e más, dos obstáculos que estas enfrentam e os desfechos que nem sempre são felizes para todos, as crianças começam a perceber o mundo em que esta inserida e todas as dores e prazeres contidos nele, estes contos falam-nos das verdades universais e individualmente de cada assunto que as crianças podem vir a se preocupar em cada fase da vida.
 A história proporciona à criança viver além de sua vida imediata, vivenciar outras experiências. Por isso seduz, encanta e embriaga. Quando ouvimos uma história e nos envolvemos com ela, há um processo de identificação com alguns personagens. Isso faz com que o indivíduo viva um jogo ficcional, projetando-se na trama.
Os contos de fadas sempre tiveram a função de distrair e instruir, podendo ser um valioso instrumento auxiliar na educação das crianças. A escola então não pode se restringir somente à transmissão de conhecimentos ela pode e deve contribuir para a formação pessoal de cada indivíduo.
Apesar disso os contos são utilizados com uma finalidade pedagógica, buscando nivelar a criança e trazê-la à realidade concreta, racional. Os professores na maioria das vezes apenas utilizam à literatura infantil na sala de aula como um instrumento de controle sobre as crianças, isso ocorre porque os contos de fadas são sempre bem recebidos pelas crianças, então eles recorrem aos contos.
 Ao ouvir um conto de fadas é preciso que se dê tempo às crianças, é preciso que as crianças tenham a oportunidade de “mergulhar” na atmosfera do conto, que possam falar sobre ele, sobre assuntos e sentimentos despertados. Só assim o conto terá desempenhado sua função emocional e intelectual. Porem tudo isso significa também um outro modelo de educação que acolha o maravilhoso, a fantasia e a criatividade, para que os professores possam dividir com as crianças seu conhecimento e enfrentar a incerteza e o desconhecido













   LITERATURA  INFANTIL
Algumas histórias estimulam os sentimentos

Ao contrário do que muita gente pode pensar, contar histórias não é apenas um entretenimento lúdico, mas um importante instrumento a ser utilizado na transmissão de conhecimentos para a vida. Além dos contos de fadas serem repetidos por muito tempo e bem aceitos em qualquer época, especialistas afirmam que eles tratam de conflitos humanos de socialização e trazem mensagens essenciais ao desenvolvimento da criança. Questões como nascimentos, rupturas de laços familiares, sucessos e fracassos são possíveis de serem encontradas em várias histórias.

De acordo com especialistas, a vivência de ouvir histórias proporciona à criança a familiarização com tramas que envolvem persistência e coragem, a compreensão do conflito entre o bem e o mal e ainda a estimula a superar dificuldades, assim como acontece com os personagens Chapeuzinho Vermelho, Patinho Feio e Rapunzel. Apontam que cada história apresenta seus ensinamentos. Veja abaixo como diversas situações são tratadas em quatro diferentes histórias:

• Cinderela: Aborda temas como a morte, a formação de uma nova família e as diferenças sociais. O conto mostra que ser verdadeiro consigo mesmo é mais importante em relação ao comportamento apresentado pelas filhas da madrasta, de se prender à riqueza ou à aparência.

• Três Porquinhos: Refere-se ao amadurecimento, quando mostra a vantagem de crescer que pode ser observada por meio do irmão mais velho que é também o mais sábio.

• João e Maria: Trata o medo do abandono, o maior receio de qualquer criança.

• Rapunzel: Trabalha a independência por meio do conflito entre a mãe e a filha, quando essa tenta ganhar sua independência e é impedida.






10 dicas para ensinar seus filhos a (gostarem de) ler
1. Escolha uma hora bem calma

Com as crianças, nós sabemos que há “horas calmas” e “horas agitadas”. Procure um lugar e uma hora calmos e sente-se com um livro. Dez a quinze minutos por dia é suficiente.
2. Faça da leitura um prazer

A leitura precisa ser algo prazeiroso. Sente com seu filho. Tente não fazer pressão se ele ou ela estiverem indispostos. Se a criança perder interesse, faça algo diferente.
3. Mantenha o fluxo

Se ele pronunciar uma palavra errada, não interrompa imediatamente. Ao invés disso, dê a oportunidade para auto-correção. É melhor ensinar algumas palavras desconhecidas para manter o fluxo e o entendimento da frase do que insistir em fazê-lo pronunciar o som exato das letras.
4. Seja positivo

Se a criança diz algo quase certo no início de uma frase, tudo bem. Não diga “Não, está errado”, mas sim “Vamos ler isso aqui juntos” e dê ênfase às palavras quando pronunciá-las. Aumente a confiança da criança com dizeres positivos a cada pequena melhoria que ela conseguir. “– Muito bom! Você aprende rápido!” “– Certo! Você é muito inteligente” etc.
5. Sucesso é a chave

Pais ansiosos para que seus filhos progridam podem, erroneamente, dar livros muito difíceis. Isso pode causar o efeito oposto ao que eles estão esperando. Lembre-se “Nada faz tanto sucesso quanto o sucesso”. Até que seu filho tenha adquirido mais confiança, é melhor continuar com livros fáceis. Pressioná-lo com um livro com muitas palavras desconhecidas não vai ajudar, muito pelo contrário. Não haverá fluxo, o texto não vai ser entendido e provavelmente a criança vai se tornar relutante com a leitura.
6. Visite a Biblioteca

Encorage seu filho a retirar livros na biblioteca pública. Leve-o até lá e mostre, com calma, tudo que ele precisa.
7. Pratique regularmente

Tente ler com seu filho todos os dias da semana. “Pouco, mas freqüentemente” é a melhor estratégia. Os professores da escola têm um tempo limitado para ajudar individualmente a leitura dos alunos.
8. Converse com o pimpolho

Provavelmente seu filho tem um dia de leitura na escola (Se não tem, vá lá e faça com que tenha, ora). Sempre converse com ele e faça comentários positivos. Assim a criança vê que você está interessado em seu progresso e que você valoriza a leitura.
9. Fale sobre os livros

Ser um bom leitor é muito mais do que simplesmente ler palavras corretamente. O mais importante é entender e refletir sobre o que está lendo. Sempre fale com seu filho sobre o livro, sobre as figuras, sobre as personagens, como ele acha que vai ser o final da história, sua parte favorita etc. Assim você vai ver como está o entendimento dele e poderá ajudá-lo a desenvolver uma boa interpretação.
10. Varie sempre

Lembre que as crianças precisam experimentar vários materiais de leitura. Por exemplo, livros só de figuras, quadrinhos, revistas, poemas e até os jornais (mostre a ele a parte com palavras cruzadas e, claro, as tirinhas e charges).








Contar histórias... 



Contar histórias é uma arte muito antiga, que demonstra e comprova o poder das palavras, usando a linguagem de forma criativa e até artística.

A história contada presta um belo serviço ao desenvolvimento dos componentes envolvidos na comunicação, como a capacidade auditiva e a expressão verbal.

Os momentos mágicos em torno das atividades de contar e ouvir histórias contribuem para ampliar a compreensão e as habilidades de análise e crítica.

A mente cresce e evolui através das imagens mentais que vão sendo elaboradas passo a passo, num processo de crescimento que não tem igual.Parece muito, e na verdade é... e por tão pouco!

Contar histórias envolve técnicas flexíveis e adaptáveis, que requerem o mínimo - ou nenhum - material, e fortalecem habilidades gerais da linguagem. Isso sem falar no gosto genuíno pela leitura e na desenvoltura para escrita, que afinal de contas são a base de toda e qualquer educação.

A história contada é um dos veículos mais naturais de conexão entre pessoas de todas as idades. Une gerações em torno de uma atividade prazerosa, e preserva as relações entre adultos e crianças da família, mesmo em meio ao turbilhão de compromissos assumidos por todos atualmente.

Basta soltar a imaginação e livrar-se das amarras do cotidiano, reinventando um modo antigo de ensinar e informar, que em pouco tempo torna-se rotina básica da família. As crianças amam e os adultos... adoram





Há uma enorme discussão entre os teóricos para entender a Literatura Infantil. A discussão passa pela conceituação, a concepção da infância e do leitor, a ligação da literatura infantil e a escola, até o caráter literário dessas obras para crianças.
Os primeiros livros para crianças surgem somente no final do século XVII escritos por professores e pedagogos. Estavam diretamente relacionados a uma função utilitário-pedagógica e, por isso, foram sempre considerados uma forma literária menor. A produção para a infância surgiu com o objetivo de ensinar valores (caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de hábitos. Infelizmente, ainda podemos encontrar esses objetivos na produção infantil contemporânea.
Para entender melhor essa função utilitário-pedagógica presente na literatura infatil vamos ver o que falam Maria José Palo e Maria Rosa D. Oliveira:

Dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implica a ação educativa do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor-obra, tendo por intermediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso da informação; de outro, a cadeia de mediadores que interceptam a relação livro-criança: família, escola, biblioteca e o próprio mercado editorial, agentes controladores de usos que dificultam à criança a decisão e escolha do que e como ler.
Extremamente pragmática, essa função pedagógica tem em vista uma interferência sobre o universo do usuário através do livro infantil, da ação de sua linguagem, servindo-se da força material que palavras e imagens possuem, como signos que são, de atuar sobre a mente daquele que as usa; no caso, a criança.1

No Brasil, a Literatura Infantil só chegou no final do século XIX. A literatura oral prevaleceu até esse período com o misticismo e o folclore das culturas indígenas, africanas e européias.



Carlos Jansen e Alberto Figueiredo Pimentel foram os primeiros brasileiros a se preocuparem com a literatura infantil no país, traduzindo as mais significativas páginas dos hoje considerados "clássicos" para a garotada.
Com Thales de Andrade, em 1917, é que a literatura infantil nacional teve início. E foi em 1921 que nosso grande Monteiro Lobato estreou com "Narizinho Arrebitado", apresentando ao mundo Emília, a mais moderna e encantadora fada humanizada.2

No entanto, só após a década de 70 houve um grande desenvolvimento da literatura para crianças com a entrada de grandes editoras no mercado.

A produção brasileira de literatura infanto-juvenil, até a década de 70, foi esporádica, constituindo-se basicamente de traduções de clássicos e de algumas coleções estrangeiras de grande apelo comercial.3





































2 comentários:

Gisele Bruxinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gisele Bruxinha disse...

Bom dia, o inicio do seu post é um artigo meu, que faz parte da minha monografia e está postado no meu blog desde 2009(segue o link http://educacaoeinfanciaemfoco.blogspot.com.br/2009/07/literatura-infantil-os-contos-de-fadas.html) e você o postou sem dar os devidos créditos, por favor o exclua ou de os créditos.
Obrigada
Gisele Machado.

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